sexta-feira, outubro 27, 2006

o castelo. os ricos.

o que eu tive de andar desde o portão de grades para gigantes! terra a perder de vista.

ArminB

lá cheguei ao castelo. ainda dia, avistei o catavento. aquilo devia ser grande como o pintavam lá na terra. estava escondido no meio de árvores maiores ainda.
os pobres confundem-se com a paisagem, já o disse. os ricos não. acenam de longe aos seus. os cataventos das torres a girar. e escondem-se. dos pobres?

não tive muito tempo para pensar. já que tal como se escondem, expõem-se.

Steve Van Til

ainda nem avistava a porta de entrada e já outra mulher estirada, desmaiava no caminho, ao sol da tarde. tossi mas nem me olhou de facto. levantou as pestanas e desceu-as de novo.

os pensamentos que me assaltavam não são de se contar.

de homem, nem vulto. estaria eu no céu? ou no inferno?

a segunda pergunta surgiu-me quando um velho me deixou entrar e dei de caras com um quadro pregado na parede. foi o arrepio.

Volokin

se aquele ser ainda era vivo ou tinha deixado casta, estava frito. uma mulher vestida de bonita e, feia como um travesti de carnaval barato, emoldurada a ouro.

- quem é?

disse eu ao velho que acelerava à minha frente escada acima.

- é a senhora d. luisa , a patroa. a avó das meninas que aqui moram com ela e que são órfãs. herdarão tudo isto. pobre da fortuna!

ele preferia a velha. era de ver.

deixei de pensar nos ricos e decidi passar definitivamente a não dar atenção senão às ricas. toda a minha atenção.


Comments:
sal

cuidado com os encantos da burguesia...

boa estória...to gostando.

della
 
Trarei imagens, se não chover...
gostei disso da ricas, acho que sim, mas novas....
Um abraço
Bom fim de semana
 
ahahhaha

novas e ricas.. e belas e simpáticas? hum....creio que não!

boa noite
 
A minha mae costuma dzr para eu me casar com um rico... por isso gostei do teu final. bj
 
Cataventos orientam-se pelas marés do Ar, e essas não são mais que caprichos da respiração divina.

Meu caro, a simplicidade estrutural do exercício quotidiano de despojamento da hipocrisia social leva a curiosos episódios surrealistas como o que nos contas.

Explendido, feérico e onírico!

Também gostei do casamento com as fotos e delas por si mesmas.

Abraço
 
rica, rica é a prosa e a poética.

a vantagem do conto é deixar acrescentar um ponto. - pr'a mim já lhes prantei um nome. Bem feito!

Muito bem feito mesmo
 
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