quarta-feira, novembro 08, 2006

exaustão.

Tatsuya Sato


ao fim de umas sessões de negro todas, comecei a ter saudades da roupa branca estendida à porta, pela louva-a-deus-sebe-se-lá-onde-anda.

vejam só ao ponto a que cheguei. farto de preto.

também valha a verdade não resistia eu muito.

Rui Rocha Reis

era só apagarem as velas cor da roupa e já eu estava com a minha vela em riste a demontrar que saía ao meu pai.

as mulheres não gostam de partilhar parceiros mas gostam de se gabar tanto ou mais do que nós. foi a desgraça aqui deste freguês

Rui Rocha Reis

à noite pertencia às da casa.
as outras investim quando elas não estavam. aprenderam o caminho da estufa e lá começou outra invasão de vinha virgem e hera. o rapaz não tinha mãos a medir.

as vezes que me lembrei de vocês e com saudade. não. não sou um mãos largas mas quase já nem tinha tempo para dormir.

ainda havia a velha a exigir que estudasse. não queria um meio-analfabeto em casa. teria ela sabido desde sempre que eu era da família?

podia ir-me embora. é bem verdade. mas que querem, eu gosto de maçãs!

segunda-feira, novembro 06, 2006

fadas. bruxas.

urbangrey

por essa altura não te conhecia e aos teus olhos e aos teus cabelos cor de chama. devia ter-te adivinhado, mas eu era novo em tudo e de amor nem o som. o cheiro.

*

as outras, até essa noite mulheres apetecidas, mostravam rostos novos.

chegavam em grupo. sorriam. despiam-se. tudo lentamente. tudo em ritual.

e tu não gostavas? perguntarão vocês. vá lá perguntem !
gostar, gostava. mas havia naquilo tudo qualquer coisa que me contraía o estomago. como o medo faz.

um homem não tem medo. pois. conta outra vez essa que eu gostei!

Sabine L

sentaram-se em círculo. nuas. nuas! cantaram coisas numa língua que eu não entendi ou não ouvi bem, da gruta onde estava.

tinham um punhal. velas. insenços acesos. faziam oferendas sei lá eu a quem. de frutos e flores. ah, e tinham água. foi o que no meio de tudo mais estranhei. na missa é vinho. ali era água. por serem mulheres? não. elas bebiam.

mas o pior disto ainda está para vir. quando eu não esperava que houvesse mais nada, levantou-se a minha. a que me levara para me saber lá. e abram a boca: agarrou a lua. entre as duas mãos.

não sei como não dei um grito nessa altura e corri dali.

pensei duas vezes e fiquei no canto. sem entender porquê tinha-me despido. e repetia cada gesto dos que elas faziam.

o que um homem faz com mulheres assim!


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