sábado, outubro 21, 2006
intenções. pois é.
- o teu pai? está no cemitério grande parvo. isso é lá pergunta que se faça a um homem de bem?
de bem seria mas que se limpou à pressa demais quando lhe falei de algum amor da minha mãe lá no passado, também é verdade.
- vivo na sacristia e não é a mim que elas se confessam.
toma e cala essa boca - foi só o que eu consegui ouvir além de: filho-de-padre. que praga! estava a ficar obsecado. fui directo à igreja pior que toiro saído do curral.
e em lugar do padre que eu sonhara, acobardado face à minha coragem, sai-me um tipo todo poderoso a benzer toda a gente e a olhar para mim. a medir-me. como quem diz - avança tu que eu espero mas pago para ver.
encostei-me à pia de água benta a congeminar na maneira de transformar o que sabia num blusão de cabedal. o preto. ou num emprego melhor com que o pagasse.
é que se ser filho-da-dita era já mau, sê-lo com o casaco velho era pior.
respirei fundo e avancei para a sacristia com a intenção absoluta de me ajoelhar quando ele entrasse e debitar tudo, em confissão.
Obrigado a todas/os
um abraço!
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